Um homem precisa viajar. Por sua conta e pelo seu planejamento, não por meio de histórias,imagens, livros ou TV. Precisa viajar por sí, com seus olhos e pés, com seus recursos para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogãncia que nos faz ver o mundo como imaginamos, e não simplesmente como é ou como pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos e, simplesmente, ir ver! AMYR KLINK

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

6º dia - Bariloche/Arg - Passo Futaleufú - Vila Santa Lucia/Ch - Rumo ao Ushuaia! (16 Jan 13)

Hoje acordamos cedo, arrumamos as motos e então decidimos que não íamos mais a Puerto Montt e Ilha Chiloé, com receio de iniciar o trajeto pela Carretera Austral e ter que voltar em função da lesão do meu pé.
Mas igual ficou decido que iriamos pela Careteira saímos em direção a Esquel/Ar , pela Ruta 40, rodando em torno de 280 km. A estrada é muito boa e a paisagem exuberante. Chegamos em Esquel ao meio dia e acabamos resolvendo entrar na Carretera Austral, pelo Passo Futaleufú. Trocamos dinheiro em um Banco em Esquel e seguimos viagem, andando os primeiros 40 km de asfalto, e a partir de Trevelin/Ar, começou o rípio. Realmente dificultou a pilotagem, pois havia bastante pedra solta (como dizem rípio do brabo), e andamos com cautela em função do pé do Foster e ainda em função da Hornet do Gabriel - esse da pra dizer que é galo forte!! - pois não é fácil andar com este tipo de moto. No Passo Futaleufú fizemos a migração para o Chile, até que foi rápido, o que demorou mais foi o fato dos chilenos terem uma preocupação com a bagagem (alimentos) e termos que abrir uma parte da carga.
Prosseguindo a viagem passamos pela Vila de Futaleufú, local bastante turístico em função da prática do rafiting, pois o rio Futaleufú é considerado um dos melhores da América do sul para a prática deste esporte. Acabamos não fazendo esta atividade e seguimos viagem. A paisagem é indescritível, só vindo aqui mesmo, os rios são um espetáculo a parte. Muitas corredeiras, água com um tom esverdeado, mais transparente...... Demoramos bastante para andar, pois toda hora parávamos para tira fotos e/ou conversar com pessoas que passavam, principalmente ciclistas.
Chegamos ao fim do dia em Vila Santa Lúcia, um lugar bem pequeno, já no cruzamento com a Carretera Austral. Depois de uma rápida olhada pelo local, vimos que havia um Destacamento do Exército Chileno, daí resolvemos então pedir um abrigo por lá. Fomos muito bem recebidos e depois de uma conversa nos cederam um alojamento com banho quente.
Foi isto o dia de hoje, estamos bastante cansados, amanhã tem mais já na Carretera Austral....
Andamos hoje 424 km, sendo 180 km de rípio.
Um comentário sobre o rípio: Tanto se fala do rípio, o fato é que existem partes complicadas, com muitas pedras soltas, que andamos a uns 30 km/h, porém existem também partes mais compactadas, que dá pra andar a uns 80 km/h. Uma particularidade que havia visto em nenhum relato é a poeira, que é quase pior que o rípio, estamos virados na branca de neve... pois o pó é claro.....
Bem, quanto a minha lesão do tornozelo esta melhorando bem, mas ainda sem firmeza no pé.
Os relatos estão sendo confeccionados por mim Tierre e Rodrigo.